Quanto mais me aprofundo no sobrevivencialismo, mais acredito que a sobrevivência deve ser pensada de forma grupal. Claro que chega a ser romântica a ideia de sair vagando com uma mochila e lutando contra todas adversidades, mas o risco é invariavelmente MUITO maior do que quando andando com um grupo coeso.
Porém, contudo, todavia… Manter um grupo não é tarefa fácil e com certeza exige muito planejamento. Caso contrário, o antídoto pode virar veneno e todos acabarão se matando.
Quero começar a trazer esta discussão com mais frequência ao blog, então hoje começarei com alguns tópicos básicos para você refletir antes de criar um grupo de preparadores:
- Entenda qual o objetivo do grupo: Qual é o nível de dependência entre os membros? Vocês pretendem dividir recursos? Pretendem criar um espaço em conjunto ou cada qual cuida de sua vida e só se ajudam em quesito de defesa? Definir até onde o grupo se envolve é fator imperativo para que as coisas não desandem;
- Selecione os membros de forma muito crítica: O cara com quem você está, efetivamente se prepara? Quais os planos dele? De nada adianta se agrupar com alguém que tem apenas um estoque de um mês de alimentação e você tem um ano… Isso vai dar problema. Perceba o quão engajado o possível membro está e quais habilidades ele tem que possam contribuir para o grupo. Eu mesmo aprendi que talvez os seus melhores amigos no “mundo normal” podem ser os piores para se ter ao lado em um cenário de crise;
- Conheça o ponto de quebra dos integrantes: Eu já percebi claramente que só conhecemos uma pessoa verdadeiramente quando ela está com fome, sono, frio e medo. Quando todas as necessidades dela estão gritando é quando o pior do indivíduo aparece, e é exatamente aí que você verá os reais valores que ele tem. Ao acampar com o possível grupo, insira elementos de desgaste físico e psicológico, você vai se surpreender com o quanto as pessoas mudam quando não estão mais “supridas”;
- Divida especialidades: Você deve tentar saber de tudo um pouco, claro. Porém, é importante que cada membro se especialize em uma área, assim você poderá focar seus esforços em aprender uma habilidade específica à fundo enquanto seus outros colegas fazem o mesmo. Quando o grupo se unir, você terá integrantes com conhecimento aprofundado em diversas áreas e não um grupo de caras que sabem fazer as coisas “na gambiarra”.
Apesar de simplistas, estes são os tópicos que eu considero como os principais a serem observados. Claro que ainda vamos aprofundar muit mais esta discussão pois quanto mais vou conhecendo isso na prática, mais variáveis entram na jogada. Criar um grupo é difícil, penoso e potencialmente perigoso… Mas, se feito da forma certa, poderá ser a diferença entre a vida e a morte.
Que outros fatores você acha que são importantes a serem considerados? Você já tem um grupo (mesmo que seja familiar)?