Quando alguma coisa deixa de funcionar, atualmente as pessoas pegam o celular e ligam para um especialista. Mas nem todo mundo: alguns ainda carregam um outro truque no bolso: o canivete suíço.
Este pequeno objeto, normalmente na cor vermelha é provavelmente uma das peças de design mais bem sucedidas na história recente. Não se encontra uma pessoa no mundo que não tenha pelo menos visto alguma variação deles. Ao longo do tempo se transformaram num dos símbolos mais conhecidos de seu pais de origem.
Os canivetes suíços (em Inglês, Swiss Army Knives) existem pelo menos 100 anos e foram criados por uma empresa chamada Vitorinox, que originalmente fornecia equipamentos para o exército. Seu fundador, Karl Elsener, pediu que sua equipe desenvolvesse uma ferramenta polivalente e mais refinada que acabou se tornando um sucesso também para o mercado civil, assim o canivete suíço foi inventado, e patenteado em 1897.
Desde sua criação, os canivetes suíços já sofreram muitas mudanças e atualmente a Vitorinox tem uma linha de centenas de canivetes, alguns com mais de 30 ferramentas em diversos formatos e cores (alem do vermelho tradicional). O maior canivete suíço já fabricado foi numa edição comemorativa dos 100 anos: era um trambolho com mais de 85 ferramentas.
Alguns dos novos canivetes possuem desde pendrives a mp3 players, altímetros, relógios e lanternas. Existem até modelos sem lâminas para não criar problemas com os detectores de metais dos aeroportos.
Só a Vitorinox fabrica sozinha, mais de 34.000 desses brinquedinhos por dia, isso sem contar os “clones” que vem da China.
Vez por outra um deles aparece em algum filme, normalmente num momento crítico em que o personagem principal corre perigo de vida e acaba salvando todos. O canivete suíço ainda é normalmente associado à engenhosidade e adaptação. Segundo seu fabricante, ele faz parte do equipamento nas missões espaciais e expedições a lugares inóspitos.
Em minha opinião, nem todas as ferramentas do canivete suíço funcionam bem. A tesourinha é uma tortura, a pinça sempre acaba sumindo, o saca-rolhas junta poeira e a lamina deve ser levantada com cuidado para não quebrar a unha ou cortar o dedo. Dos vários que eu tive, até hoje nem um deles quebrou: o mais comum é agarrar a lâmina, ou desaparecer. A ferramenta mais útil é a chave philips.
Mas o que eu acho mais fascinante neste objeto é a transformação que ele provoca nas pessoas: com um canivete suíço, tudo tem potencial de ser consertado, as garantias podem ser invalidadas, pode-se alterar e remendar (e também, vez por outra, danificar permanentemente) além de ser sempre a primeira coisa que aparece quando alguém reclama de uma farpa no dedo.