A vida ao ar livre é um privilégio cada vez mais distante daqueles que vivem nos grandes centros urbanos. O prazer contato com a natureza, a distância da poluição, a interação com a fauna e a flora é explicado pela própria filogênese, constituindo-se fator intrínseco de qualquer ser humano.
Contudo, da mesma maneira em que a distância dos centros urbanos é condição necessária para o prazer do contato com a natureza, é também condição suficiente para afastar o aventureiro da segurança pública.
As trilhas mais conhecidas do Brasil não são marcadas apenas pelas suas belezas naturais, mas também por cada vez mais frequentes casos de violência contra os montanhistas e trekkers. A distância da civilização consubstancia verdadeiro salvo-conduto àqueles que pretendem abusar dos cidadãos, que além de não poderem contar com a segurança pública nestes lugares ermos, também estão proibidos de se defenderem por conta própria, como consequência da Lei 10.826/03.
Há pouco tempo, em uma conhecida trilha no Paraná, um casal de namorados foi abordado por um estranho, que abusou sexualmente da moça, enquanto o rapaz assistia, indefeso. Mesmo desarmado, o homem tentou salvar a namorada, mas acabou morto com um tiro.
Não se trata de caso isolado. Quem acompanha os noticiários sabe da frequência dessas atrocidades. Quem, em sã consciência, poderia arriscar a própria vida ou até a vida da família em um local ermo, sem contar com a segurança de algumas armas de fogo?
Não é razoável negar a montanhistas, expedicionários e outros aventureiros que freqüentemente se afastam dos centros urbanos, qualquer meio elementar de defesa, especialmente em uma situação onde a segurança pública – com razão – jamais estará presente.
http://www.defesa.org/a-escassez-de-armas-afasta-o-homem-da-vida-ao-ar-livre/