A instalação de painéis solares em larga escala fez com que o estado tivesse energia em preços negativos durante boa parte do dia durante o mês de março, entre os horários de 8 da manhã até 2 da tarde A Califórnia é o Estado americano que concentra as grandes empresas de tecnologia, principalmente no Vale do Silício – onde estão Apple, Google e Facebook, para dizer apenas três. É uma região tão rica que se fosse um país independente seria umas das 7 maiores economias do mundo.
E para ajudar ainda mais, o estado está passando por uma revolução na área energética como poucas regiões do planeta. A instalação de painéis solares em larga escala fez com que o estado tivesse energia em preços negativos durante boa parte do dia durante o mês de março, entre os horários de 8 da manhã até 2 da tarde.
O crescimento de 50% dos painéis solares no estado fez com que este tipo de energia, inesgotável, limpa e barata, fosse até 40% de toda a energia produzida e enviada para o grid da CAISO (California Independent System Operator’s) por algumas horas no dia 11 de março. Um recorde. Era tanta energia produzida que o preço se tornou negativo para o operador.
Isso ocorre pois o preço de interromper o funcionamento das geradoras de energia é superior ao preço de pagar para que o grid aceite aquela energia. Ou seja, é um problema para a maioria dos envolvidos no setor elétrico, muito em conta da incerteza da produção de energia solar (há dias em que se produz mais energia, há dias em que se produz menos).
Embora o preço “no atacado” seja negativo, isso não se traduz em um preço negativo para o consumidor, já que eles são cobrados pela média de preços durante o mês. Contudo, resultou em um bom desconto para consumidores durante este período.
A energia solar representava apenas um gigawatt em 2007 na Califórnia, mas já pulou para 14 GW – o suficiente para suprir boa parte do estado durante horas, principalmente em meses de alta incidência solar e baixo consumo, como é o caso de março.
A tecnologia vai mudar o mundo, principalmente, conforme iniciativas como essas se tornem cada vez mais acessivas. Em muitos aspectos, ela já está transformando. O exemplo disso é o Vale do Silício, exatamente esta região que tem preços negativos de energia.