Por Alexandre Martins
Uma pergunta que me fazem muito, porem poucos seguem a resposta.
Como devo; em tempos ditos normais, me preparar para uma situação de emergência de natureza adversa.
A realidade de todos nos se molda a realidade do mundo, já se passaram nestes últimos anos ao menos 5 epidemias que foram noticia porem elas por milagre ou competência do países e povos onde elas foram controladas não se alastraram mais para tornarem-se Pandemias e o pior de tudo é que as lições não são aprendidas e as precauções são relegadas apenas ao estado como responsável maior por mim cidadão, porem eu como cidadão; alem de não cobrar o estado eu não faço nada para meu próprio beneficio ou de outro, nada alem de criticar quem pensa ou faz algo.
Pois bem, desde 1917 ate hoje tivemos as seguintes crises, epidemias ou eventos específicos.
- 1817 – Cólera – A primeira “epidemia global” documentada de cólera se estendeu do sudeste asiático para o resto do mundo e, desde então, a OMS contabilizou sete pandemias.
- Até 1860, houve 15 milhões de mortos na Índia e dois milhões na Rússia. A quinta pandemia causou 120 mil mortes na Espanha, em 1885 e, na sexta pandemia (1899-1923), 500 mil russos, 800 mil indianos e 200 mil filipinos contaminados morreram. A última começou na Indonésia, em 1961, e se estendeu pela Ásia, Europa e África. Ressurgiu na América Latina em 1991, matando quatro mil pessoas.
- 1824-1840 – Varíola – A doença causada pelo vírus “orthopoxvirus” ressurgiu em 1824 e se estendeu por quase toda Europa, depois de causar 827 mil mortes na Rússia, entre 1804 e 1810. Um novo aumento do número de casos foi registrado durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), provocando mais de meio milhão de mortes. Sucessivas campanhas de vacinação permitiram sua erradicação total em 1979.
- 1855 – Peste Negra – A terceira pandemia da peste surgiu na China, causada pela bactéria “Yersinia pestis” e transmitida por roedores. Estendeu-se pelo mundo e, só na Índia, matou dez milhões de pessoas até o fim do século. Em 1900, ressurgiu em São Francisco e causou 113 mortos.
- Entre os séculos XIV e XVII, a segunda pandemia da peste tinha dizimado mais de 30% da população europeia (25 milhões de mortos). A primeira pandemia conhecida da doença foi a da “peste Justiniana”, que matou milhões de pessoas no Império bizantino, entre os séculos VI e VIII.
- 1918-1919 – Gripe Espanhola – É causada por uma cepa denominada H1N1, subtipo do vírus da gripe suína. A aglomeração de tropas na Primeira Guerra Mundial facilitou sua proliferação. Alguns países, como o Reino Unido, sofreram novas ondas infecciosas até 1920. O total de mortos é estimado entre 40 e 50 milhões, deles 17 milhões na Índia, 600 mil nos EUA e 200 mil no Reino Unido.
- A doença é conhecida como “gripe espanhola” porque somente a imprensa da Espanha publicava notícias sobre o assunto.
- 1957-1958 – Gripe Asiática – Essa cepa de gripe aviária, denominada H2N2, apareceu na China em fevereiro de 1957. Seis meses depois, tinha se estendido para todos os continentes. Uma segunda onda da infecção surgiu em 1958. Mais de um milhão de pessoas morreram.
- 1968-1969 – Gripe de Hong Kong – A cepa do subtipo H3N2 surgiu na China, em julho de 1968 e passou para Hong Kong, para depois chegar aos EUA, Europa, Sudeste Asiático, Japão, América do Sul e África. Entre um e três milhões de pessoas morreram, delas 30 mil no Reino Unido.
- 1982- AIDS – O primeiro caso foi detectado em São Francisco. O vírus HIV causou desde então 32 milhões de mortes e a estimativa é de que mais de 33 milhões de pessoas estejam infectadas no mundo todo, principalmente na África Subsaariana.
- Algumas muito serias a OMS não classificou como pandemia a doença da “mal da vaca louca” – diagnosticada pela primeira vez no Reino Unido, em 1985, e que foi originada a partir de ração de gado contaminada. E a gripe aviária, doença infecciosa entre aves, cujos primeiros casos em humanos foram detectados em 1997.
- Alem destas duas A Síndrome Aguda Respiratória Severa (Sars, pneumonia asiática) também não foi classificada como pandemia, em 2003, depois que a doença foi detectada em Hong Kong.
Como você podem ver, são inúmeros casos e poucas lições aprendidas com elas, pelo menos pelo cidadão comum despreocupado e alienado com suas obrigações como individuo. Porem para os cientistas elas foram muito esclarecedoras e puderam gerar gerações de vacinas e tratamentos que hoje nos negamos a eles por medo ou por “ouvir falar” quando são fornecidos como prevenção na forma de vacinas.
Resta a nos cidadãos responsáveis ou deveríamos ser, a obrigação de não esperar que Deus resolva tudo ou que o estado esteja obrigado a cuidar de mim em tempo integral. Devemos fazer nossa parte.
Ai vem à resposta ao titulo desta matéria. Podemos seguir a lista ou cronograma de atividades abaixo e pararmos de pensar que nada vai acontecer, deus é brasileiro, deus proverá, o estado cuida desta parte e outras inúmeras desculpas que todos nos usamos para nos distanciar da obrigação pessoal de estarmos preparados para uma situação de emergência local ou global.
No tocante a Deus não é obrigação dele fazer tudo sozinho e como diz o dito popular baseado em passagem bíblica baseada em Josué 1.9: “Não te mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares.”. Então façamos nossa parte.
No tocante ao estado do ponto de vista político geral, municipal, estadual e federal. É sim obrigação do estado fornecer saúde, educação, segurança e afins de acordo com a constituição federal de 1988 em seu Art.º 6 Titulo II – Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capitulo II – Dos Direitos Sociais. – Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Porem eu recomendo que deixe o estado fazer sua parte porem não espere ou dependa dele seja em que esfera for, no tocante a seu bem estar pessoal imediato ajude o estado a te ajudar. Não que eu não vá depender dos hospitais, escolas, transporte publico ou da segurança, não é este o ponto o ponto é que EU como cidadão devo por obrigação fazer minha parte. Evitando riscos desnecessários ou em emergências, ficar parado olhando o bonde da vida passar.
E como eu ajudo o estado a me ajudar?:
1 – Identifique, enumere e defina quem são os moradores fixos de sua residência;
2- Calcule a necessidade de alimentos por pessoas dia para saber quanto ter em estoque por mês, Mantenha um bom estoque de proteína;
3 – Tenha formas alternativas de geração de energia, Solar, Eólica, Lenha e/ou Carvão, para poder cozinhar, purificar água e outras necessidades;
4 – Mantenha seu veiculo abastecido e preparado para eventualidades;
5 – Caso possível crie ou cultive seu alimento, mesmo que seja em uma pequena área, é possível fazer uma horta variada;
6 – Tenham em estoque produtos de higiene e limpeza, os mesmos que compra no seu dia a dia porem acrescente Álcool Gel, Álcool 70%, Lenços Umedecidos, Sabão em Barra, Lisoforme, Água Sanitária e Sacos de lixo;
7 – Tenha itens de segurança pessoal conhecidos como EPI´s – Equipamentos de Proteção individual;
8 – Tenha um estoque de água potável bem calculado e evite desperdícios;
9 – Lembre-se de manter em dia e ter condições de adquirir os remédios de uso continuo e controlado, nunca suspenda um tratamento sem orientação médica;
10 – Se tiver animais de estimação ou PETs, não esqueça deles e da rotina que eles exigem, ração, higiene e cuidados eles são uma boa fonte de apoio e amparo psicológico;
11 – Informação de qualidade e real é primordial e imprescindível em situações de risco, evite os “especialistas de momento” procure fontes com a do ministério ligado a crise e órgãos de imprensa;
12 – Mantenha seu psicológico firme e focado em resultados e soluções nunca em estimar os problemas ou se lamentar, seja forte e bem humorado, pessoas tendem a se desesperar e entrar em pânico e agir de forma insegura conhecimento é força;
13 – Proteja a você e sua família, conquiste meios de defender sua família e recursos, não divulgue seus preparativo ou realizações de forma alguma, saiba se prevenir e evitar ameaças e perigos externos;
14 – Não espere acontecer o pior, esteja preparado para ele, estude, leia, se informe, prepare-se. Eu pessoalmente tenho como lema de vida. Sempre esperar o melhor de cada situação mas estou preparado para pior. Pecamos pelo excesso e não pela falta;
15 – Especialize-se e tenha em casa sempre a mão uma B.O.B ou Bug Out, Bag, conhecida no Brasil como Mochila de Fuga e ainda tenha sempre a mão em seu dia a dia um E.D.C. Every Day Carry. – Um kit reduzido que você pode levar consigo no dia a dia contendo itens que podem ajudar ou facilitar tarefas e ou atividades em situações de crise;
16 – Conheça sua rua, bairro, cidade e suas rotas de fuga, tenha meios e rotas de fuga definidos previamente, aprenda a usar uma bússola, mapas ou cartas geográficas e se necessário tenha meios de sair de áreas de risco antes que o risco seja um fator que impeça o deslocamento seguro.
Estes pontos abordados são os pontos de partida para que tanto hoje; porque não, e numa próxima vez não sejamos pegos de surpresa, prepare se e seja precavido, ouça mais e fale menos.
Quando esta crise passar e ela vai passar, não espere outra situação de risco para lembrar em se preparar, vamos treinar para aprender a evita-las ou nos sobressairmos a elas.
Em uma próxima postagem irei comentar os pontos individualmente e responder a perguntas e duvidas.
Sou Alexandre Martins, Gestor de Segurança e Instrutor de Sobrevivência. Fiquem bem e seguros.
SP, 20/03/2020.
Se porventura precisarem ou desejar saber mais ou conversar sobre esta situação e outras, treinar e discutir temas de nossa área e afins entre em contato.
Coluna – Segurança em Foco.
Fiquem bem e seguros, Sou Alexandre Martins, Gestor de Segurança e Instrutor de Sobrevivência, nos falamos em breve.
Fiquem bem e seguros.
SP, 20/03/2020
Matéria assinada por:
Alexandre R. Martins
https://marsseguranca.wixsite.com/mars
instrutoralexandremartins@gmail.com
ciss.sobrevivencia@gmail.com
Referencias:
https://saude.gov.br/
https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/
https://www.gov.br/pt-br